Não se trata do meu desejo meramente individual: “o que em mim quer, o que na minha vontade está querendo? Que forças já me dominam? Com que forças me alio?

Essa vontade psicológica/individual minha de melhorar minha performance pra não ser abandonado, seja lá para o que for, essa vontade legitima não é bem assim – diz Nietzsche – Você precisa perguntar o que em você está tendo essa vontade. O que, em mim, está me levando a ter essa vontade empírica agora? O que em mim quer, o que na minha vontade está querendo? É essa questão. Você já foi pra outro lugar. Com essa pergunta você é lançado para um lugar em que a “psicologia imediata” – não estou falando mal da psicologia -, em que a consciência imediata da sua vontade não funciona (…) Então é preciso jogar com muitos enunciados e percorrer muitas visões, imagens, para a gente saber por onde anda, são encontros que nos atordoam, então se você fizer bem e levar bem a fundo isso, já é um aprendizado muito forte para a nossa época. Porque o que você lê nos livros, em certas vidas não pode sair imediatamente dizendo que está vendo (…) Que é que junta em mim as coisas que leio e vejo? Que forças em mim me fazem ver isso? que forças em mim me fazem expressar assim o que estou pensando? Que forças já me dominam? Com que forças me alio? Se estou em passagem permanente, se onde vivo o meu presente é um intercessão de um mundo que vai indo e um mundo que vai chegando (…)”

Luiz Orlandi

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