Sobre o Laboratório de Sensibilidades

“(…) De reuniões semanais no segundo semestre de 2006 de um grupo de estudantes, técnicos e professores da Universidade Federal de São Paulo(UNIFESP) – Baixada Santista, preocupados com o tema da universidade pública e a formação ampliada, surgiu a proposta da Inteligência Coletiva -Clube dos Saberes, como uma estratégia de circulação de conhecimentos distribuídos indistintamente entre os seus componentes. A idéia era, numa instituição de espaços e funções bastante demarcados em relação ao saber e ao poder, como a universidade, criar uma outra ágora de intercâmbio de conhecimentos, reconhecendo as singularidades e favorecendo a desierarquização dos sujeitos. Pretendia-se também abrir espaço para saberes não valorizados na academia, mas que sobrevivem pelo cultivo das pessoas em territórios estrangeiros ao universitário. Todas as atividades seriam livres.

(…)

Em paralelo, pensamos na criação de um espaço em que se pudesse fazer contato e
experiências com linguagens do registro da arte: gráficas, sonoras, visuais, eletrônicas, etc.  A idéia era a de um espaço que reunisse obras e meios de diversos suportes e referenciais estéticos, com o intuito de que os seus freqüentadores pudessem exercitar sensibilidades ainda não exploradas. Supunha-se que, com isso, se poderia aumentar o grau de recepção e tolerância de formas de vida, em si e conseqüentemente nos outros. Supunha-se também que as atividades neste espaço, que chamamos de Laboratório de Sensibilidades, poderiam criar canais de expressão e significação de vivências do cotidiano acadêmico, demasiadamente compartimentalizado e pouco implicado com o impacto afectivo gerado nos sujeitos.
 Em síntese, imaginávamos um campo que pudesse alargar o sensível, com conseqüente redução das defesas que costumam fechar este trânsito, ao mesmo tempo em que oferecesse recursos para lidar com tal ampliação.”  Professores Doutores Sidnei José Casetto, Alexandre de Oliveira Henz, Jaquelina Maria Imbrizi, Angela Aparecida Capozzolo

Desde sua inauguração, em março de 2007, o Laboratório de Sensibilidades, articulado com o Clube dos Saberes, sedia oficinas diversas – como tricô com os dedos, eutonia, dança de salão, teoria musical, entre tantas outras – em que geralmente estudantes, mas também técnicos e professores ensinam algo que saibam a outros interessados em aprender; organiza semanas temáticas, como as de Clarice Lispector, Chico Buarque e Nelson Rodrigues, além de manter-se aberto à comunidade acadêmica, que se manifesta, por exemplo, desenhando, tocando o violão ou a flauta disponíveis ou montando, em pequenas doses, a cada passagem, um quebra-cabeça que aos poucos vai se delineando.

Segundo um verso do músico e poeta Arnaldo Antunes, “toda gente tem que não ter cabimento, para crescer”. Nessa lógica, também o Laboratório de Sensibilidades cresceu para fora das paredes do campus Baixada Santista da UNIFESP ao criar este blog. A ideia é compartilhar textos, imagens, vídeos, músicas e tudo mais que acharmos que vale a pena, além de oferecer sugestões para ler, ouvir, ver ou ir.

Seja bem-vindo, tanto aqui, quanto na Rua Silva Jardim, 136 – Vila Mathias, Santos. O LS está no terceiro andar do bloco B – sala 337.

2 comentários em “Sobre o Laboratório de Sensibilidades

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  1. Boa ideia, desejo que ela se torne uma realidade…viva, forte e permanente…enviarei mensagens e compartilharei o que tiver acesso com todos…
    saravá
    Edson( Tamio) – prof. da Unesp.

  2. Meu comentário é simplérrimo: gostei das cores fervendo o branco das frases; minha leitura se sentiu bailando um tango.
    Mas o que preciso é me declarar muito feliz e agradecido pela publicação internetizada desse texto.
    Abraços do Orlandi

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