J. Cage, Silêncio (COBOGÓ, 2019)

ESTE MOMENTO ESTÁ SEMPRE MUDANDO.   (EU ESTAVA EM SILÊNCIO: AGORA ESTOU FALANDO.)                                             COMO PODERÍAMOS DIZER O QUE É A MÚSICA CONTEMPORÂNEA, SE NÃO ESTAMOS NESTE MOMENTO OUVINDO MÚSICA CONTEMPORÂNEA, MAS OUVINDO UMA PALESTRA SOBRE ELA. E NÃO É ISSO. ISSO É “MEXER A LÍNGUA”. DISTANCIADOS COMO ESTAMOS NESSE MOMENTO DA MÚSICA CONTEMPORÂNEA (ESTAMOS APENAS... Continuar Lendo →

R. Lourau, Implicação e sobreimplicação [Sônia Altoé (org.), HUCITEC, 2004]

IMPLICAÇÃO E SOBREIMPLICAÇÃO[1] Os usos epistemológicos, sociológicos, psicológicos da noção de implicação podem ser rastreados, por exemplo, em Bastide (1950), Piaget (1950; 1977), Devereux (1967; 1980), Lourau (1969; 1981; 1987; 1988), Bohm (1980; 1987), Morin (1982; 1986). Ao mesmo tempo, porém, o termo implicação, proveniente dos campos do direito e da matemática, é freqüentemente empregado... Continuar Lendo →

O espelho quebrado de Narciso, de Peter Pál Pelbart

    Esta imagem provém do Wikimedia Commons.   O espelho quebrado de Narciso   Repare:*as descobertas de que a Terra gira em torno do sol, somos “parentes” de macacos e possuímos uma dimensão inconsciente são conhecidas rachaduras simbólicas na imagem de perfeição do ser humano;*a crise climática e o risco de aniquilação do planeta se... Continuar Lendo →

Notas acerca de Beckett por Hansen. “Humanismo é um termo que se reserva para os tempos dos grandes massacres”

Notas sobre Becket Por JOÃO ADOLFO HANSEN* A ruína, que sempre foi a principal matéria da modernidade, é um tema central na obra de Samuel Beckett Para o Celso Favaretto, deste seu velho amigo velho.“Humanismo é um termo que se reserva para os tempos dos grandes massacres” (Beckett)“…é preciso continuar, não posso continuar, vou continuar” (Beckett, O... Continuar Lendo →

Saúde e doença na Gaia Ciência (prólogo) – NIETZSCHE. Num são as deficiências/falta que filosofam/pensam, no outro, as riquezas e forças. O primeiro necessita da sua filosofia, seja como apoio, tranquilização, medicamento, redenção, elevação, alheamento de si; no segundo ela é apenas um formoso luxo, no melhor dos casos a volúpia de uma triunfante gratidão, que afinal tem... Continuar Lendo →

Jota Mombaça (vídeo abaixo): Importância do silêncio e as armadilhas da ideia de descolinização. O problema de que fazer falar é paralelo ao movimento de fazer silenciar, o imperativo do verbo fazer. Porque eu fui silenciada, então eu falo. Porque eu fui diminuída, então eu cresço, porque me tiraram do jogo, então eu compito. Porque me empobreceram, então eu tenho. A aparência de emancipação como ferramenta de não emancipação (imaginação política cativa). Então interessa desejar o que não está previsto no horizonte capitalista..Voltando para aquela coisa do silêncio, do silenciar e ser silenciada..A busca por movimentos compensatórios, nos devolve à imaginação política cativa e nos reencerra no domínio não emancipatório das aparências de emancipação. Nós nos tornamos viciadas em compensar o que nos foi tirado, e não propriamente comprometidas com o trabalho de reparar o domínio da possíbilidade pra expandi-lo rumo a sonhos não configurados pelo que o capitalismo apocalíptico recolonial engendrou como horizonte dos nossos sonhos. Por isso, ao sonhar com o silêncio, se torna necessário se desvencilhar da brutalidade do silenciamento. Porque de certa forma, na medida em que os lugares de fala se tornam a única manifestação possível diante do silenciamento estrutural, nossa emancipação se elabora em nexo direto com aquilo de que buscamos nos emancipar, o vínculo se estabelece não por adesão, mas por contradição compensatória. Já não somos o que disseram que seríamos, mas ainda somos o oposto constitutivo disso. Não somos o que fizeram de nós, mas ainda somos uma resposta a isso. Ficamos encalacradas nas gramáticas do poder e mesmo ao contradizer expectativas, ainda estamos operando no limite de uma mesma gramática.Mas nós já somos mais do que essas gramáticas, já estamos além dos limites discursivos dessa língua, já falamos, sentimos e praticamos modos de viver que não se explicam segundo os contornos do capitalismo apocalíptico da colonialidade da imaginação política cativa, nós podemos deshabitar os sonhos que foram incutidos pela violência normalizadora do mundo como o conhecemos. Nós podemos desejar o que não está previsto, planejar o que nunca esteve nos planos. Nós somos mais do que foi feito de nós

i https://www.youtube.com/watch?v=oAP-yBkwIrE s.

Deleuze, filosofia e literatura. CURSO DE ROBERTO MACHADO [Áudio de 16 aulas]

Deleuze, filosofia e literatura - Roberto Machado - Aula 01 https://www.youtube.com/watch?v=1bZV2WEv1_g Deleuze, filosofia e literatura - Roberto Machado - Aula 02 https://www.youtube.com/watch?v=0It7qqaZXuI Deleuze, filosofia e literatura - Roberto Machado - Aula 03 https://www.youtube.com/watch?v=ytNKNLC1Kc4 Deleuze, filosofia e literatura - Roberto Machado - Aula 04 https://www.youtube.com/watch?v=CUDFpoXytvw Deleuze, filosofia e literatura - Roberto Machado - Aula 05 https://www.youtube.com/watch?v=uNikQKF3Ij8... Continuar Lendo →

Relatório acerca da forma-homem e além-do-homem (Kafka-Preciado para uma academia de psicanalistas) 

https://www.youtube.com/watch?v=UEkaKjUG7fY  Eu sou o monstro que vos fala - Relatório para uma academia de psicanalistas Paul B. Preciado Tradução: Sara Wagner York/Sara Wagner Pimenta Gonçalves Junior Revisão de tradução: Carolina Torre Discurso de um homem trans, um corpo não binário, perante a Escola da Causa freudiana na França À Judith Butler Em 17 de novembro de 2019, fui convidado a ir... Continuar Lendo →

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