A alma não deve acumular defesas à sua volta. Não deve retirar-se para procurar o céu dentro de si, em êxtases místicos. Não deve clamar por um Deus transcendente, pedindo para ser salva. Deve fazer-se à estrada larga, à medida que a estrada vai se abrindo ao desconhecido, na companhia daqueles cuja alma os leva para junto dela, nada realizando além da viagem, e das obras inerentes à viagem, à longa viagem de uma vida inteira rumo ao desconhecido, através da qual se realiza a alma, nas suas subtis simpatias. D. H.LAWRENCE

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Nossas vidas são uma série de preparativos para um Deus esquizofrênico.Bispo do Rosário ou um estandarte dos mundos. Bispo jamais será agraciado com algo mais que um lugar secundário -na verdade, uma gloriazinha. Onde os críticos invocam uma dessacralização da arte, Bispo revela que tudo é sagrado, que será preciso se apresentar a Deus com cadeado, piano, buzina, roda de bicicleta, todo o disparate do mundo bordado em seu manto louco, sua delirante tanga de índio. E o juiz perante o qual Bispo comparece não é o crítico de arte, razoável, razoável demais, mas o verdadeiro Deus que reconhece na obra de sua criatura sua própria esquizofrenia, a loucura de sua própria criação. Essa é a lição máxima de Bispo: nossas vidas são uma série de preparativos para um Deus esquizofrênico.

David Lapoujade. O tempo urge. Para a enorme tarefa meticulosa, a tarefa ilimitada de empacotar o mundo, de bordar todos os nomes de todos os conhecidos, de estabelecer todos os mapas da frota brasileira, dos regimentos, das ruas e dos bairros do Rio, de pôr o Carnaval em garrafas, de classificar objetos familiares em grupos... Continuar Lendo →

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